Walter Miranda
Artista Plástico

MULHERES NAS ARTES PLÁSTICAS ATRAVÉS DOS TEMPOS - ANTIGUIDADE

2020
Por Walter Miranda

Se você olhar à sua frente, elas estarão lá. Olhou para o lado direito? Esquerdo? Atrás?  Elas sempre estiveram, estão e estarão presentes. Sim, estou falando das nossas eternas companheiras, as mulheres. Elas são chamadas de sexo frágil, mas plagiando o músico Erasmo Carlos: “eu, que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com elas”.

Tá certo, quando é preciso abrir a tampa de um vidro de palmito elas nos chamam, mas a força delas é mais poderosa por ser sutil, quase imperceptível, é a força do convencimento; da persistência; da resiliência, que dobra, mas não quebra. Ou seja, elas estão e sempre estiveram presentes em nossas vidas. Muitas vezes operam em silêncio e com delicadeza, mesmo não sendo valorizadas como merecem.

Há muito tempo se tenta controlá-las e obrigá-las a seguir parâmetros sociais determinados pelos homens. Basta ler a Bíblia para vermos os aconselhamentos dados a elas. Mesmo na Grécia antiga, país que inventou a democracia, elas eram proibidas de votar.

Apesar das diversas tentativas de apagá-las da história, elas sempre estiveram presentes. Se quase não as encontramos nos livros oficiais, quem pesquisa documentos antigos encontra registros de grandes mulheres que alteraram o curso da história humana. Muitas foram apagadas dos registros oficiais ou tiveram sua história pessoal alterada. Caso clássico na cultura ocidental é o de Maria Madalena, cujo evangelho foi tornado apócrifo1 e ela é confundida com uma pecadora no Novo Testamento. Entre tantas outras, também é possível citar a rainha egípcia Hatshepsut2, cuja existência sofreu a tentativa de ser apagada da história por seu sucessor, mas a enorme quantidade de obras e templos deixados por ela possibilitou o resgate de seu legado.

No mundo das artes também, elas sempre existiram, mas nas escolas tradicionais ou mesmo de arte, raramente se fala de artistas mulheres quando se menciona artistas importantes ao longo da história da humanidade, pelo menos até o século XIX. É certo que ao longo do tempo houve alguns historiadores que prestaram atenção em sua importância e registraram em livros seus nomes e atividades, contudo são livros ignorados pelas culturas moderna e contemporânea. Mas, a partir da segunda metade do século XIX elas começaram a se unir e lutar por seus direitos sociais. Conquistaram reconhecimento no meio artístico mas, ainda hoje, sofrem grande preconceito social e cultural.

Em 1990, percebi a presença delas na história das artes. Estava em Washington e tive a oportunidade de visitar o National Museum of Women in the Arts (Museu Nacional de Mulheres nas Artes). Só então percebi que alguma coisa estava errada no que eu havia aprendido pelos livros clássicos de história da arte. Daí em diante, passei a pesquisar sobre a atividade delas. Fiquei impressionado com a quantidade de artistas mulheres que lutaram para mostrar seus trabalhos de alta qualidade e ao mesmo tempo o empenho delas para serem respeitadas em um meio cultural extremamente machista. Fiquei apaixonado pelo tema e fui comprando os parcos livros que encontrei pela frente (escritos no século XIX e XX) ou lendo e fazendo anotações daqueles que não pude comprar e achando textos guardados em bibliotecas.

Depois de tantos anos, me senti encorajado a dar alguns cursos rápidos sobre esse importante tema: A participação das mulheres no campo das artes plásticas.

Como o tema é vasto, atrevo-me a escrever resumidamente, em alguns capítulos a serem publicados a cada edição do Jornal da ABCA, sobre a participação histórica da mulher no campo das artes plásticas desde sempre. Sim, desde sempre, pois desde o início daquilo que chamamos de cultura elas tiveram forte e constante presença no meio artístico e social.

Uma recente teoria indica que mesmo na Pré-história as mulheres já se manifestavam artisticamente. De acordo com essa teoria boa parte das pinturas rupestres, cujas assinaturas eram feitas com a silhueta das mãos, foi feita por mãos femininas. Ao que parece, a relação entre o tamanho dos dedos das mãos masculinas e femininas é diferente e as marcas deixadas por elas nas cavernas servem como comprovação de sua autoria3.

Há também que considerar a importância feminina ainda na Pré-história pela quantidade de esculturas atribuídas a deusas encontradas por arqueólogos em sítios milenares na forma de esculturas em argila, marfim ou pedra.

Caso especial é a “Grande Mãe”, cuja origem remonta à Pré-História e à cultura Frígia na Antiguidade sendo que mais tarde seria chamada de deusa Cibele4 pela cultura greco-romana. Ela permeou a mitologia ocidental passando pela Idade Média, Renascimento e, ainda hoje, continua se fazendo presente em monumentos públicos de alguns países. Cibele é sempre retratada como uma deusa ou rainha sentada em um trono e acompanhada por uma ou duas leoas.

A Grande Mãe Museu das Civilizações Anatolianas Ankara, Turquia                      Imagem em domínio público

 

Fonte de Cibele na Praça de Cibele em Madrid, Espanha

Escultor: Francisco Gutiérrez Arribas

Imagem em domínio público

 

 

Minha pesquisa sobre a mulher nas artes plásticas se restringe à cultura ocidental. Entretanto, é possível abranger superficialmente o Egito Antigo. Embora eu não tenha encontrado relatos ou imagens sobre a existência de pintoras ou escultoras nessa cultura, me atrevo a pensar que elas também existiram, pois a mulher tinha mais liberdade do que nas demais civilizações da época. Muitos relevos, pinturas e manuscritos mostram maridos e esposas exercendo atividades em conjunto. Os documentos comprovam que ela podia gerenciar os negócios da família, se divorciar e exercer diversas atividades profissionais, religiosas e artísticas, entre elas a dança e a música (cantando ou tocando instrumentos musicais)5.

Sabemos que na Grécia Antiga pinturas em paredes e painéis eram comuns, mas infelizmente as obras não chegaram até os nossos dias. Existem poucas fontes acadêmicas da época que testemunham esse fato mencionando inclusive alguns nomes das artistas e breves relatos sobre suas vidas e trabalho. Assim, as parcas informações que temos hoje foram obtidas de textos antigos sobreviventes ou de textos que mencionam autores antigos. Algumas imagens em vasos gregos antigos mostram mulheres pintando os vasos juntamente com os homens.

Na Grécia antiga, era comum aos artistas apresentarem suas obras em competições artísticas e assim como nos dias de hoje, geralmente, os trabalhos eram comprados pela classe rica e pelos governantes.

A mais ampla fonte de informações sobre mulheres artistas na Antiguidade é encontrada na enciclopédia de 37 volumes intitulada Naturalis Historia, escrita por Plínio, o velho (Caius Plinius Secundus, 23 ou 24-79).

Em sua obra, Plínio cita brevemente cinco ou seis mulheres pintoras e  essas menções nos servem de referência para saber da existência delas e sua competência profissional: Timarete, Aristarete, Iaia, Olímpia, Irene e talvez, Calipso6.

Timarete ou Thamyris (c. 400-500 a.C.) foi uma pintora, filha do pintor ateniense Mícon, o jovem. Pode-se concluir que ela era bastante respeitada profissionalmente porque pintou um painel da deusa Diana para a cidade de Éfesos (cidade que reverenciava Diana). Plínio afirmou que o painel era o mais antigo existente até então e era muito famoso.

Boccaccio em seu livro De mulieribus Claris (Mulheres Famosas) afirma que Timarete desprezou os deveres femininos para exercer a profissão do pai7. Entretanto, não encontrei a fonte de onde ele tirou essa informação. Se for verdade, ela serve de embasamento para concluir que Timarete tinha uma personalidade forte e feminista, já que na sociedade em que ela vivia a mulher tinha muitas limitações para exercer atividades profissionais.

Aristarete (?) era filha e aluna do pintor grego Nearkos. Nada se sabe sobre a época em que ambos eram ativos. Devido a uma de suas pinturas que representa Esculápio ou Asclépio, deus da medicina, e algumas obras de Nearkos citadas por Plínio, pode-se concluir que ambos pintavam temas mitológicos.

Iaia (c. 110 a.C.),  posteriormente conhecida como Marcia, foi uma pintora nascida na cidade de Cízico (atual Turquia) dominada pelos gregos e depois pelos romanos. Plínio menciona que ela pintava usando pincéis e também esculpia em marfim. Pintou vários retratos de mulheres e painéis em Roma. Um de seus trabalhos mais comentados em vida foi um grande painel representando uma velha senhora. Plínio afirmou que ela fez um autorretrato olhando-se em um espelho. Essa observação serviu de inspiração durante a Idade Média para alguns artistas criarem obras representando Marcia pintado seu autorretrato. Ele também mencionou que nenhum pintor era mais rápido do que ela e que seu talento era tamanho que seus trabalhos eram vendidos a preços mais altos do que os dos concorrentes retratistas. Ela permaneceu solteira por toda a vida, fato que nos permite imaginar que não se submeteu ao machismo que imperava em sua época e que poderia interromper sua carreira.

Marcia pintando autorretrato.  Imagem do Século XV

Autor desconhecido      Imagem em domínio público

 

Olímpia (?) é outra artista mencionada por Plinio. Ele explica que nada se sabe sobre sua carreira e pinturas exceto que ela teve um aluno chamado Autobulus. Essa informação é suficiente para inferir que, naquela época, uma mulher dando aulas sobre uma profissão exercida majoritariamente por homens, deve ter sido uma artista muito respeitada em vida.

Irene (?) era filha do artista Clatino. Não sabemos a origem e a data de nascimento de ambos. Embora ela seja a segunda pintora citada por Plínio, decidi mencioná-la ao final da lista em razão de uma polêmica sobre sua produção artística.

Devido a diferentes interpretações gramaticais sobre o texto de Plínio, alguns estudiosos dizem que Irene é conhecida pela pintura de uma ou de cinco obras. No primeiro caso, apenas uma obra de sua autoria teria sobrevivido: a pintura de uma jovem, cuja obra ainda se encontrava na cidade de Elêusis na época de Plínio. No segundo caso, além dessa obra, ela seria autora das obras: a ninfa Calipso; um homem velho; o prestidigitador Teodoro e a dançarina Alcisthenes.

Entretanto, existem estudiosos que afirmam que Calipso é o nome de outra artista autora de três obras: um homem velho; o prestidigitador Teodoro e a dançarina Alcisthenes.

Dessa forma, os estudiosos que atribuem funções acusativas ao texto de Plínio afirmam que Irene é autora de cinco obras. Já os estudiosos que atribuem a função nominativa ao texto afirmam que Irene é autora de uma obra e que existiu outra pintora, de nome Calipso, autora de três obras8.

Embora indiretamente, a meu ver, Plínio menciona mais uma artista: Cora de Sicião (c. 650 a.C.). Aprendiz e filha do ceramista Butades, ela ficou conhecida como autora de um desenho que se tornou referência para pintores, durante séculos, como a criação do desenho ou mesmo da pintura de retratos.  Plínio conta que ela se enamorou de um aluno de seu pai e que na véspera de uma longa viagem dele ao exterior, ela desenhou com carvão, na parede do ateliê do pai, o perfil do rosto do namorado projetado por uma luz. Ao notar o desenho feito pela filha, Butades modelou em argila o rosto do rapaz, criando assim o primeiro retrato em relevo em argila9. O relevo ficou preservado na cidade de Corinto até ser destruído durante a invasão da cidade pelos Romanos em 146 a.C.

Helena do Egito (c. 350 a.C.) é uma das duas pintoras da Antiguidade que não foi mencionada por Plínio. O primeiro relato que temos sobre ela é de Ptolomeu Heféstio (Ptolemaei Hephaestioni) (também conhecido como Ptolemaeus Chennus), um gramático alexandrino ativo durante os reinados de Trajano e Adriano e criador da obra Novarum Historiarum (Novas Histórias). Não temos os textos originais de Ptolomeu, mas sua obra foi comentada por Fócio I (c.820-891), patriarca de Constantinopla (também conhecido como São Fócio) na coletânea de resenhas bibliográficas, denominada Myriobiblion (Biblioteca). De acordo com Fócio, Ptolomeu10 afirmou que Helena era filha do pintor Tímon do Egito e que ela pintou uma cena da vitória de Alexandre o Grande (353 a.C.-326 a.C.) sobre o rei Persa Dario III, durante a batalha de Isso. Alguns acreditam que posteriormente, foi feita uma cópia de sua pintura em um mosaico encontrado no piso de uma casa aristocrática de Pompéia, chamada de casa do Fauno. Entretanto, existe a possibilidade de que o mosaico tenha sido baseado na obra do pintor grego Filoxeno de Erétria11 (sec. IV a.C.), pois Plínio afirma que Filoxeno pintou uma obra com esse tema sob encomenda de Cassandro (ca. 350 a.C.-297 a.C.) um dos generais de Alexandre e posteriormente rei da Macedônia.

 

 

Mosaico de Alexandre durante a batalha de Isso

Museu Arqueológico Nacional de Nápoles

Imagem em domínio público

 

Outra pintora da Grécia clássica não mencionada por Plínio é Anaxandra (c. 220 a.C.), filha e aluna do pintor grego Nealkes, um pintor de temas mitológicos e cotidianos. Sabemos de sua existência porque ela foi mencionada no século II pelo teólogo cristão Clemente de Alexandria (c.150-c.215), em um texto denominado “A mulher, assim como o homem, é capaz de perfeição”. Clemente cita como sua fonte o trabalho12 de um estudioso do século I, Dídimus Calcenteros (c.63a.C-c.10).

Até o momento, não encontrei relatos sobre mulheres pintoras ou escultoras durante o império romano, mas dois afrescos encontrados em Pompéia atestam que, definitivamente, as mulheres exerciam a atividade de pintoras. Uma das imagens mostra uma artista pintando um quadro usando como referência uma estátua e a outra imagem mostra uma pintora usando um cavalete.

 

Mulher pintando ao lado de uma estátua de Príapo

Foto: Wolfgang Riege via Wikimedia Commons

Museu Arqueológico Nacional de Nápoles

Imagem em domínio público

 

 

As cidades de Pompéia e Herculano também possuem vários afrescos que nos possibilitam entender que a arte romana sofreu bastante influência da arte grega. Por isso, as conclusões sobre essa época são baseadas muitas vezes em interpretações dessas fontes. Além disso, é extremamente raro encontrar informações sobre a atuação profissional das mulheres no campo das artes na Antiguidade e certamente muitas artistas importantes jamais serão reconhecidas por não serem mencionadas nos textos que chegaram até os nossos dias.

* Walter Miranda é membro da ABCA, artista plástico e professor de história da arte e técnicas artísticas (www.fwmartes.com.br).

REFERÊNCIAS:

[1] DE TOMMASO,  Wilma Steagall. Maria Madalena nos textos apócrifos e nas seitas gnósticas. Revista Último Andar – Pesquisa em Ciência e Religião, (14) pp.79-94 – 2006 disponível em: http://www4.pucsp.br/ultimoandar/download/artigos_maria_madalena.pdf;

BARBAS, H. Madalena, História e Mito. Lisboa, Portugal. Ésquilo edições e multimídia. 2008 – disponível em: http://www.helenabarbas.net/books/2008_Madalena_Historia_e_Mito_H_Barbas.pdf. 2 SOUZA, Aline F. Hatshepsut , A mulher-Faraó: Representações da rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação. Dissertação apresentada na Universidade Federal Fluminense. Niterói. 2010 – Disponível em: https://www.historia.uff.br/stricto/td/1368.pdf;

HATSHEPSUT. Disponível em: http://arqueologiaegipcia.com.br/2011/07/28/um-vislumbre-da-farao-mulher-hatshepsut/;.

3 HUGHES, Virginia. Were the First Artists Women? National Geographic. Ocotober 9, 2013. Disponível em: https://news.nationalgeographic.com/news/2013/10/131008-women-handprints-oldest-neolithic-cave-art/; SNOW, Dean. Sexual Dimorphism in European Upper Paleolithic Cave Art. American Antiquity. 78(4): pp.746-761. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/273042625_Sexual_Dimorphism_in_European_Upper_Paleolithic_Cave_Art. 4 LEGGE, F. The Most Ancient Goddess Cybele. Journal of the Royal Asiatic Society of Great Britain and Ireland, pp.695-714 Published by Cambridge University Press, 1917; BRITANNICA, E. The Great Mother of Gods. Acessivel em: https://www.britannica.com/topic/Great-Mother-of-the-Gods; WORDPRESS. Cybele, The Mother Goddess. Acessível em: https://womeninantiquity.wordpress.com/2018/11/27/cybele-the-mother-goddess/. 5 MARK, Joshua J. Women in Ancient Egypt. Ancient History Enciclopedya. Last modified Nov 04, 2016. Disponível em: https://www.ancient.eu/article/623/. 6 PLINY the Elder. The Natural History. Trad. John Bostock. Publ. Taylor and Francis, Red Lion Court. 1855, book 35, chap. 40; PLINY the Elder. Pliny’s Natural History. Trad. Harris Hackham. Publ. Harvard University Press 1949-54, book 35, chap. 40; MENDONÇA,  Antonio da Silveira. Seleção e tradução da Naturalis Historia de Plínio o Velho. CHAA – Centro de História da Arte e Arqueologia da Unicamp. Revista de História da Arte e Arqueologia, nº 2 – 1995/96; FABRIS, Annateresa. Plínio o velho: Uma história material da pintura. Locus revista de história v.10, nº2 pp 73-91, 2004. 7 BOCCACCIO, Giovanni. De Mulieribus Claris (On Famous Women). Trad. Guido A. Guarino. Italica Press Inc. New York. 2011. 8 LINDERSKI, Jerry. The Paintress Calypso and Other Painters in Pliny. Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, Bd. 145, pp. 83-96. 2003; CORBEILL, Antony. A New Painting of Calypso in Pliny the Elder. Eugesta Revue, nº 7 pp. 184-98, 2017. 9 PLINY. Op. Cit. Book 35, chap. 43 e Pliny’s. Op. Cit. Book 35, chap. 43.

10 FÓCIO. Photii Bibliotheca.1606. Traduzido por Andreas Schott. p. 185, seção 348; GALE, Thomas. Historiae Poeticae Scriptores Antiqui (Ptolemaei Hephaestionis). 1675. p. 320; HEPHAESTIONIS, Ptolemaei. Novarum Historiarum. 1734. Traduzido ao latim por Joseph E. Roulez. p. 159. 11 PLINY. Op. Cit. Book 35, chap. 36 e Pliny’s. Op. Cit. Book 35, chap. 36. 12 CLEMENT of Alexandria. Women as well as Men capable of Perfection. Ante-Nicene Christian Library: Translations of the Writings of the Fathers. Edinburgh. Book IV, pp. 193-6. 1859.

 

Walter Miranda
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